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quinta-feira, 22 de abril de 2010

“A gente tem ainda um minuto e 40 segundos. O que a gente faz agora? Quer cantar?”

quarta-feira, 21 de abril de 2010 | 20:14
É…
Estava eu aqui, como a Inês de Castro, de Camões, “posto em sossego!, quando uma amiga avisa pelo MSN: “Dilma está no Datena”. Essa profissão não é bolinho, não! Lá vou eu. Já tinha perdido a primeira parte em que ela se disse devota de Nossa Senhora de Fátima. Como sintetizar a entrevista? Acho que esta fala de Datena diz tudo: “Temos ainda um minuto e quarenta segundos. O que a gente faz? Quer cantar?” Como a petista não tinha mais nada a dizer — e, de fato, tinha passado o tempo todo tentando dizer alguma coisa —, ensaiou: “El día que me quieras”… E soltou mais uns dois versos em “embromacíon“, a versão em espanhol do “embromation“.
Não foi o único momento constrangedor, não, daqueles que causam vergonha alheia. Faltando uns três minutos para o fim do programa, o apresentador mandou ver: “A senhora até agora não me deu a manchete. Diga alguma coisa pra ser manchete”. E ela, com aquela sua descontração natural: “Achei a entrevista com você o máximo!”.
Mas nem uma coisa nem outra foram o auge do constrangimento. Alguma coisa combinada nos bastidores não deu certo, e Dilma sofreu um apagão mental no meio da entrevista — espero que a Band mantenha a entrevista em seu site. Datena:  “A senhora me falou que ia dizer uma coisa aqui pela primeira vez”. Dilma arregalou os olhos, passou a olhar desesperadamente o vazio em busca de algum auxílio, engrolou palavras sem muito nexo até que achou a idéia luminosa: “Eu quero dizer que eu amo o meu país e que já é muita coisa ter chegado até aqui”. E o apresentador um tanto surpreso com o  comportamento basbaque dela: “Mas isso não quer dizer que já esteja bom”. E Dilma: “Não! Lembro sempre a mãe do presidente, que falava: ‘Teime, Lula, teime!’” Lula, Lula, Lula…
Temer
O entrevistador quis saber se Michel Temer (PMDB), presidente da Câmara, é um bom candidato a vice. Com “zero” de entusiasmo,  ela disse que era um bom nome. Mas se negou a tratá-lo como o candidato do partido ao cargo. Ocorre que ele É O CANDIDATO do PMDB!
Foi difícil levar a coisa até o fim, como se nota. A fala de Dilma ia se fragmentando e se perdendo em anacolutos, com parênteses dentro de parênteses, onde ela intercalava frases, metendo apostos em apostos… O raciocínio não era um novelo que se desenrolava, mas uma grande embromação. Depois de algum tempo, ninguém entendia nada. E quem conferia alguma inteireza àquele caos de idéias quase claras? Acreditem: Datena!
Dilma tentou explicar o programa “Minha Casa, Minha Vida”. Não conseguiu. O apresentador ajudou: “É para dar moradia digna”. Isso! É para dar moradia digna!!!
Datena indagou o que ela pensava dos ataques (quais?) que FHC lhe teria desferido. Num sinal, talvez, de que a luta do suposto “bem” contra o suposto “mal” esgotou as suas virtudes eleitoreiras, Dilma fugiu da briga e disse apenas que a crítica é natural porque FHC é de um partido de oposição… Foi o seu melhor momento.
Faltam ainda seis meses. Vamos ver o que eles vão fazer agora.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

LULA SEMPRE CHEGA COM ATRASO AONDE FHC JÁ HAVIA CHEGADO: NO ACERTO E NO ERRO

quarta-feira, 21 de abril de 2010 | 15:50

Lula, como a gente sabe, sempre acaba fazendo o que fez FHC, mas com alguns anos de atraso. Na questão de que vamos tratar aqui, ao menos 13!!! A que me refiro? Em entrevista ao Correio Braziliense, disse ter mudado de idéia sobre a reeleição: dizia-se contrário não faz tempo — até mesmo à sua própria, mas, ponderava, era a lei… — e é, agora, favorável.
As concepções do Demiurgo são assim mesmo: ele é radicalmente contra alguma coisa, e desqualifica o adversário, até que, de súbito, passa a ser radicalmente a favor, desqualificando o adversário… Explicou seus motivos ao jornal, relatando conversa que mantivera com “um tucano” que propôs que as oposições e o PT encaminhassem uma emenda com mandato de cinco anos sem reeleição:
Eu falei para meu companheiro interlocutor: “Olha, eu era contra a reeleição, agora eu quero que tenha a reeleição mesmo se você [tucano] ganhar, porque em quatro anos você não consegue fazer nenhuma obra estruturante, nenhuma”.
O tucano, cujo nome não pronunciou, é José Serra. O próprio pré-candidato do PSDB havia informado ter tido essa conversa com Lula:
“Eu conversei com Lula, ele estava de acordo, mas depois mudou de ideia. Eu espero que ele mude de novo, porque Lula, mesmo fora do governo, vai ter um peso político muito grande e eu pretendo manter o diálogo com ele”.
Serra sempre foi favorável ao mandato de cinco anos sem reeleição — era, lembre-se , contrário ao encaminhamento da emenda propondo a reeleição, mas foi voto vencido no PSDB. Não se trata, pois, de uma posição oportunista, ditada pelas necessidades da hora. Os princípios de Lula, no entanto, variam de acordo com a urgência. Eles têm valor meramente instrumental — e isso quer dizer  valor nenhum.
No cálculo pequeno feito no Planalto, o fim da reeleição com mandato de cinco anos serviria para aplainar certas dificuldades do PSDB. Caso Serra vença a disputa, a candidatura de Aécio Neves se tornaria mais próxima, o que poderia ser um elemento a mais para convencê-lo a ser vice na chapa tucana, possibilidade, embora remota, que preocupa o governo.
Lula sempre chega com anos de atraso aonde FHC já havia chegado. No acerto e, como se nota, no erro também.